sábado, 17 de dezembro de 2011



A janela da cozinha

A janela da  cozinha é surpreendente...
Ela fica acima da pia, e ao se estar nela, de manhã  pode-se ver o sol nascente, 
e ao anoitecer, a lua surgindo mansamente...
Na primavera, pode-se ver o florescer de uma árvore em abundante
cor vermelho rubro, mesmo sendo outubro.
Mexericas e mangas estão dando agora no verão, e de tão maduras caem no chão.
Pássaros voam em bando ou separados comendo e espalhando sementes.
Pousam sobre os galhos e muros cantando como que  em sinfonia, suave e harmoniosamente.
    Mais distante, centenas de árvores agrupadas em suas copas, destacam grande extensão 
de verde em movimento... efeito ao longe causado pelo vento.
O verde em contraste com o céu azul que por vezes se nubla anunciando chuva, 
se evidencia em cada canto, cada curva.
Entre meio a essa “pequena mata” e a população, há uma linha de trem,
da qual da janela não se tem visão, só  lá de fora se tem.
Mas a certa hora da noite, quando o silêncio se faz, ouve-se o carrilar
sobre os trilhos e o apito que o trem faz, fato que há tempos se mantêm,
desde muitos anos atrás.

Como pano de fundo as montanhas se mostram, algumas enormes, outras não, 
dependendo a distância, a visão, dão a sensação de definição de céu e chão.
   Quem por alguns instantes diante a janela permanece, percebe que a
todo momento algo novo acontece. Além do balé dos pássaros, borboletas e
pipas das mais variadas espécies, que nesse céu azul aparece.

Diante essa pequena janela, a vida flui Presenciando quem se postar a ver por ela.
Embaixo só há telhado, onde passeiam gatos brancos, pretos e pardos.
Defronte, um Belo Horizonte e um enorme espaço vazio entre céu e terra,
Espaço que é palco à fluência do presente improviso do inusitado, onde nada é coisa mera.

Patrícia Nascentes

sábado, 8 de outubro de 2011

Vento

Corrente de vento, 
evidencia o momento.
Saia que levanta,

cabelo que esvoaça,
pele que eriça,
nuvem que vira fumaça!

Patrícia Nascentes

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

"Não façamos da garoa, tempestade!"

Patrícia Nascentes

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Vazio

O estado de não saber, é onde
o aprendizado floresce na vivência 
e flui em sua atemporalidade.

Patrícia Nascentes

domingo, 8 de agosto de 2010













Medo

Medo de amar

de se perder em Nós
de ficar a Sós

Patrícia Nascentes

domingo, 31 de janeiro de 2010


Despedida...

Quando nos defrontamos com situações
diversas no nosso dia-a-dia, a mente que
se observa, se aquieta, se amplia.
Sendo estas situações imprevesiveis, nos
tornamos mais vulneráveis, mais sensíveis.
Mas despontando o novo a cada momento, não há tempo nem parâmetro para julgamentos.
Deixamos o passado seguir seu caminho, estando no presente com atenção e carinho.
se houver conflito nesse ínterim e não houver
espontaneidade, é porque não está havendo
verdade, autenticidade.
Então é só observar o genuíno, o que vibra no ser.
Mesmo sendo ou não o que se quer ver.

Patrícia Nascentes


Solitude...

Ficar a sós comigo, encarar meu sonhos,
frustrações, expectativas e ambições.
Olhar-me desnuda, perceber minhas "nuances",
dependência e influências.
Me permitir ser supreendida pela observação
sem que isso cause nenhuma alusão, nenhum
constragimento, por ser um momento íntimo,
de total envolvimento.
Me deixando estar silente posso perceber
o que vai na mente.
Me deixando estar sem ilusão, posso perceber
o que vai no coração.
E se torna um momento único, um presente, uma oração.


Patrícia Nascentes.